terça-feira, 14 de dezembro de 2010

Passamos!

Nossa entrevista foi ontem (13/12/2010) às 13:30hs, com o Daniel Le Blanc. Foi super tranquilha, quase um bate papo.

Nós chegamos em São Paulo Domingo (12/12/2010) no começo da tarde. Ficamos hospedados no InterCity Premium Berrini, pagamos R$ 145,00 pela diária. O hotel fica a uma distância "andável" até o prédio do escritório do Québec (uns 10 minutos à pé).

Nossos últimos dias antes da entrevista foram bem corridos, com alguns problemas familiares bastante desagradáveis, mal conseguimos treinar o que deveríamos! Então decidimos relaxar o máximo no dia anterior a entrevista: visitamos o prédio do escritório, fomos ao cinema, compramos algumas coisas no shopping morumbi e quase esquecemos que a entrevista seria no dia seguinte!

Juro. Entrei em um estado meio Zen. A única coisa que fizemos nesse dia foi revisar um pouco tudo o que tinhamos feito, pois sabíamos que o entrevistador poderia perguntar isso ("o que você fez ontem?").

No dia seguinte, acordamos um pouco antes das 09:00hs. Estávamos totalmente relaxados. Tomamos café, nos trocamos e ficamos assintindo TV5 Monde até 12:00hs, fomos almoçar e depois fomos ao escritório.

Chegamos lá 13:00hs e aí veio algo que não gostei: a recepcionista do prédio disse que eles costumam chegar do almoço apenas às 13:40hs e que teríamos que esperar ali, na frente do prédio em pé. Não gostei, mas esperamos até 13:30hs, quando fomos chamados para subir.

Esperamos na famosa salinha que tem a TV passando Cirque du Soleil. Esposa decidiu ir ao banheiro, e logo que ela fechou a porta o Sr. Daniel Le Blanc nos chamou.

Eu disse que minha esposa tinha ido ao banheiro, mas ele pediu para eu me sentar, virou para o computador e foi logo perguntando que cidade tínhamos escolhido. Eu respondi Gatineau, e ele perguntou o motivo. Eu saquei toda pesquisa que tinha feito da pasta e comecei a falar. Nesse momento a esposa chegou (sim, estávamos com a porta aberta!). Ele a chamou para entrar e pediu para fechar a porta.

Depois ele mudou de assunto e começou a pedir todos os documentos: prova de vida marital, passaportes, prova de emprego e etc. Sempre digitando no computador e conferindo com o formulário que eu havia enviado com o dossier.

Apartir de agora eu não lembro exatamente da ordem das perguntas, mas foi mais ou menos assim.

Ele perguntou qual era o nome da minha profissão. Expliquei que estava registrado como Engenheiro de Software, mas que na verdade eu era desenvolvedor de software e que o nome não importava muito, pois variava de empresa para empresa. Ele começou a pesquisar uma lista de profissões e me enquadrou como Analista e consultor em informática (ou algo assim).

Depois ele pediu os comprovantes de estudo. Mostrei meu diploma e disse que era um curso de dois anos e meio, mas ele me enquadrou como um DEC de 3 anos (uhu!). Nesse momento mostrei o certificado que ganhei por ter sido o melhor aluno da minha turma, aí senti que o cara se animou ele soltou "humm, parfait". Apartir daí ele só soltava um "parfait" para tudo que eu mostrava.

Mas ele sempre falava as coisas enquanto digitava no computador .  Eu não gosto muito disso, não gosto de falar quando a pessoa não está me olhando. Mas enfim.

Em seguida, ele perguntou em Inglês qual era meu plano para conseguir emprego no Québec. Fiquei meio na dúvida sobre o que responder, pois não sabia se deviar falar dos planos A, B, C, D ou se deveria dizer como eu iria procurar emprego. Decidi pela última, mas não tinha treinado isso e comecei a inventar na hora. Mas depois de explicar um bom tempo ele disse algo como "c'est bon, c'est bon, allons parler en français!" tipo fazendo piada. Todos rimos.

Ele perguntou para esposa sobre o que ela fazia. Ela explicou. Aí ele perguntou com o que ela iria trabalhar no Québec. Ela explicou novamente, e ele pareceu se dar por satisfeito.

Depois, ele perguntou por que imigrar e porque o Québec. Eu respondi o que tinha praticado. Um dos meus argumentos foi que aqui pagamos muitos impostos no Brasil, mas não vemos resultados nenhum. Mas que no Québec eu sabia que tinha muitos impostos também. Ali ele arregalou os olhos e disse "você está certo! Sei o que vai dizer, nós pagamos muitos impostos no Québec mas..." aí eu completei "mas nós vemos os resultados", aí ele disse "exactement monsieur".

Ele pediu as pesquisas de emprego. Essa era uma das minhas preocupações, pois achei apenas uns 2 empregos em Gatineau e uns 10 em Ottawa. Mas ele olhou apenas a primeira oferta e disse "c'est bon". Também comentei que minha empresa era uma multinacional e que eles tem escritório em Ottawa, e que eu poderia tentar uma transferência para morar em Gatineau e trabalhar em Ottawa. Ele gostou muito.

Mostrei a lista de filiais da empresa para provar que tinha um escritório em Ottawa e Montréal. Ele disse que morava perto da filial em Montréal, e começou a descrever o lugar. Aí ele disse "não tem em Québec?" eu respondi que não, aí ele fez um comentário do tipo "pô, que pena".

Aproveitei o momento para mostrar um email que eu tinha de um casal de amigos morando em Québec (pedi uma carta que não chegou, levei o email). Ele disse "parfait", como ele estava dizendo para tudo.

Nesse momento ele nos deu o livrinho "Apprendre le Québec", mas sem falsa modéstia, eu já estava bem confiante antes da entrevista e uns 10 minutos depois que começamos eu já tinha uma certeza dentro de mim que iria dar tudo certo. Então a entrega do livrinho não me impressionou (novamente, desculpem a falta de modéstia, mas eu estava ultra confiante).

Ele começou a imprimir os CSQs, e como eu já sabia que estava terminado, eu comecei a fazer várias perguntas.

Primeiro perguntei se ele achava que uma ou outra cidade do Québec era melhor para morar com relação a infrastrutura para o inverno. Ele disse que não, que era a mesma coisa se você tem carro.

Depois eu perguntei se ele sabia que era bastante popular entre os imigrantes. Ele ficou meio sem jeito. Eu disse que os imigrantes gostavam dele pois ele era bem simpático e ajudava o povo. Ele disse que nem imaginava isso, que pensava que a gente achava ele muito direto. Ele completou dizendo que não era simpático com todos, que não gostava quando o candidato não tinha um projeto bom como o nosso (fiquei sem jeito nessa hora).

Em seguida começou a falar do nosso filho. Disse que era bom começar a falar francês com ele. Eu disse que o moleque já assistia Caillou em Francês. Ele ficou bem empolgado, disse que era ótimo e sugeriu eu pedir para algum conhecido que fosse ao Québec para trazer um livro de histórias que ele tinha visto que era acompanhado por um CD de audio.

Ele também começou a falar de uma filha/sobrinha/neta, mas não consegui entender o que ele estava dizendo.

Na hora de sair da sala eu fiquei todo perdido, disse "Merci" depois disse "Bon travail" (mesmo sem saber se tem o mesmo sentido em Francês). Ele agradeceu e deu um au revoir.

Ainda ficamos um pouco lá, conversando com a recepcionista do escritório e vendo os vários folhetos que tem lá. Achei que ia chorar, mas não chorei. Como disse estava meio Zen, acho que meu emocional não foi para nenhum extremo (nem muito nervoso, nem muito alivado).

É isso. Não devo ter mostrado nem metade do que eu pesquisei, mas sugiro ir bem preparado, pois o projeto de imigração conta muito.

Que venha o Federal!

sábado, 11 de dezembro de 2010

Oops, erramos (comentários)

Esqueci de habilitar a notificação de novos comentários e apenas hoje percebi que havia alguns comentários esperando moderação.

Desculpem pela espera! Tudo deve estar certo agora.

segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

Preparação para a entrevista

Faltando uma semana para a entrevista, nosso foco está sendo na nossa preparação.

Tivemos duas aulas exclusivas sobre ela, onde nos foi apresentado tudo o que devemos pesquisar e quais perguntas temos que saber responder.

Meu foco tem sido apenas as seguintes perguntas (uma lista mais completa você encontra aqui):

  • Por que deixar o Brasil?
  • Por que o Québec?
  • O que você conhece sobre a cultura do Québec?
  • Qual cidade você escolheu? Por quê?
  • Quais são seus planos A, B e C?
  • Qual é sua profissão?
  • Descreva o que você faz no seu trabalho atual

Estou estudando o que acredito ser o principal e mais complicado, eu pratico com a esposa, respondo em Francês e um pouco em Inglês (ela pergunta eu respondo).

Com relação as pesquisas, estou terminando de preprar o seguinte:


Vale dizer que a wikipedia em Francês (http://fr.wikipedia.org) tem sido o recurso que mais utilizo. Leio sobre o Québec, sobre Gatineau e sobre os termos técnicos da minha profissão. Vale muito a pena!

sexta-feira, 26 de novembro de 2010

Como tudo começou

Há alguns anos estive no Canadá a trabalho.

Durante minha estada, conheci outro brasileiro, vamos chamá-lo de João.

João e eu passamos a almoçar juntos todos os dias. Em um desses almoços, começamos a falar sobre as qualidades do país, até que eu disse:

- Cara, eu moraria aqui tranquilamente...
- Eu também Marc, e olha que coincidência, um ex prefessor meu está morando aqui. Ele disse que é fácil mudar para cá, vou falar com ele hoje à noite sobre isso, amanhã conversamos

Eu sou um sujeito meio desconfiado, aquele "fácil" do João me fez esquecer essa conversa quase que completamente, até que no outro dia João disse:

- Marc, meu professor veio transferido pela univerdade. Mas ele me passou o contato de outro ex aluno que mora aqui também, vamos tomar umas cervejas amanhã à noite, pode vir conosco se quiser

Aceitei o convite. Fomos em pub próximo do centro da cidade, lá encontramos Antonio (amigo de João), e logo de início começamos a falar sobre mudar para o Canadá. Antonio nos contou que teve uma oferta de emprego, mas que havia ouvido falar que também era possível ir para o Canadá por conta própria, no entanto ele não soube dar muitas informações, já que a empresa dele havia cuidado de todos os detalhes.

Pensei comigo "mudar para um país desse não deve ser fácil, melhor deixar essa história para lá". E realmente não dei muito valor a essas conversas.

No entanto, para minha surpresa, em um dos meus últimos dias no Canadá, estava passeando em Ottawa quando ouvi duas pessoas (um rapaz e uma mulher mais velha), conversando em Português, aproximei-me e puxei conversa:

- Vocês são brasileiros?
- Sim, somos de Curitiba!
- Ah, legal! Sou brasileiro também, estão viajando pelo Canadá?
- Não, eu moro aqui, moro em Gatineau (disse o rapaz)
- Gatineau? É alguma cidade? Como assim "mora"?
- Sim, é uma cidade do Québec, a provincía que fala Francês do Canadá. Eles tem um processo para pessoas interessadas em imigrar. Eu fiz o processo e moro em Gatineau
- Nossa! Que bacana! Onde posso achar informações sobre esse processo?
- Bom, procure na Internet. Tem muitos blogs e informações sobre isso

Voltando ao Brasil, uma das primeiras coisas que fiz foi me informar sobre o assunto. De fato, encontrei muitos blogs. Passei algumas semanas pesquisando e conversando com a esposa sobre assunto.

Conversando com as pessoas do trabalho acabei descobrindo que uma ex funcionária da empresa também estava fazendo o processo. Consegui seu telefone. Conversamos por quase duas horas, ela já estava esperando o pedido dos passaportes, fase final do processo.

Depois de tanta pesquisa, ficou claro para nós as diferenças entre o processo de Québec e o processo Federal. Decidimos pelo processo Federal, já que eu não tinha Francês nenhum e meu Inglês era avançado. Porém, eu ainda tinha um ano de faculdade pela frente, então o plano era estudar por uns 6 meses para o IETLS, fazer o exame e aplicar para o processo logo que eu terminasse a faculdade.

Infelizmente, para nossa grande decepção, uns dois meses depois que já estava estudando para o IELTS, o processo Federal teve uma  mudança e eles restringiram a imigração para apenas 38 profissões.

Desenvolvedor de software não era uma delas.

Ficamos arrasados. Pesquisamos outras maneiras de imigrar, mas a única opção parecia ser Québec. Mas eu estava com um pouco de resistência para aprender outra língua. Pesquisamos sobre a Austrália e até que nos interessamos, porém depois concluímos que era um lugar longe, isolado, etc. Então decidimos esquecer essa história de imigrar.

Alguns meses depois, um amigo comentou que teria uma palestra sobre a imigração para o Québec em nossa cidade. Eu e esposa decidirmos ir.

A palestra foi reveladora, ficamos animados novamente, mesmo tendo que aprender Francês. Nos dias que se seguiram, começamos a pesquisar escolas. Pesquisa vai, pesquisa vem. Achamos uma escola que foca exclusivamente na imigração e na cultura do Quebéc!

Posso dizer que essa escola mudou toda visão que eu tinha do Francês, na verdade, acabei me apaixonando pela língua! Outro bonus: se a mudança do Federal não tivesse acontecido, minha esposa imigraria sem saber Inglês nem Francês! Que loucura! Hoje ela já tem o básico de Francês, e sabe bastante sobre a cultura do Québec.

E aqui estamos, um ano depois de ter começado as aulas de Francês, algumas idas e vindas, vamos fazer nossa entrevista em duas semanas!

quarta-feira, 24 de novembro de 2010

Apresentação

Somos uma família de três pessoas, dois adultos e uma criança. Por enquanto, queremos permanecer anônimos, pois poucas pessoas conhecem nossos planos de imigração.

Porém vou tentar compartilhar o máximo de informações sobre nosso perfil, pois sei que isso é importante para quem tem interesse no proceso.

Seguem alguns detalhes (todos os nomes são fictícios):

Marc (marido, que vos escreve):

  • 29 anos
  • Francês intermediário
  • Inglês avançado
  • Formado em análise e desenvolvimento de sistemas
  • Trabalha na área de TI como desenvolvedor de software
  • Aplicante principal

Julie (esposa)

  • 33 anos
  • Francês básico
  • Trabalha como auxiliar de escritório
  • Não tem formação acadêmica

Luc (filho)
  • 4 anos
  • Absurdamente curioso sobre tudo

Mandamos nossa documentação em 19/10/2010 e no dia 03/11/2010 recebemos um email marcando nossa entrevista para 13/12/2010!

Neste momento estamos nos preparando para a entrevista, um pouco nervosos, mas tenho 100% de certeza que vai dar tudo certo.